O que é VPN?

VPN é uma sigla que, em inglês, significa Virtual Private Network (ou seja, rede privada virtual). As VPNs nada mais são do que serviços que protegem a privacidade das pessoas na internet e oferecem uma conexão segura; também são muito úteis na hora de contornar bloqueios geográficos em sites e plataformas.
Na prática, isso tudo é possível porque a VPN cria um túnel criptografado, e os dados de navegação do usuário são enviados por meio desse túnel. De certa forma, então, a VPN atua como uma intermediária entre seu dispositivo e os servidores de conexão, pois transporta seus dados pelas redes sem expor nada aos olhos da internet pública.
Isso significa que as VPNs são ótimas aliadas de quem faz uso de Wi-Fi público — afinal, elas conseguem ocultar o endereço IP e a identidade dos usuários.
Neste artigo, explicaremos com mais detalhes o que é uma VPN e como ela funciona. Também vamos falar como um serviço de VPN pode ser útil no dia a dia.
Como a VPN funciona?
Uma VPN altera seu endereço IP real e usa um túnel criptografado para redirecionar o tráfego de internet, passando por um servidor próprio. Em outras palavras: ela cria uma conexão segura para entre o aplicativo de VPN instalado no seu aparelho e um servidor remoto.
Por exemplo, vamos supor que você visitou o site da Amazon sem uma VPN para fazer umas comprinhas. Em termos técnicos, essa visita vai ser mais ou menos assim:
- Seu navegador de internet entra em contato com um DNS que foi atribuído pelo seu provedor de serviços de internet, para solicitar que o domínio do site seja atribuído a um endereço IP.
- Agora que o seu aparelho sabe qual é o endereço IP do servidor da Amazon, ele pode enviar uma solicitação e carregar o site.
- Em seguida, o provedor de serviços de internet vai encaminhar sua solicitação para o servidor da Amazon e retornar uma resposta.
Em linhas bem gerais, é assim que qualquer tipo de conexão funciona se você não estiver usando uma VPN. No exemplo acima, o site da Amazon é um local seguro e usa TLS/SSL (HTTPS), então a gente sabe que a conexão é criptografada. Isso é importante de saber, pois visitar um site sem TLS significa visitar um site onde seus dados não serão criptografados.
Mas, apesar da criptografia TLS, aquela visitinha no site da Amazon não ficou totalmente privada. Quando você envia uma solicitação de DNS para o provedor de internet, é como se você dissesse que deseja visitar o site da Amazon. E o site da Amazon sabe qual é o seu endereço IP, o que significa que ele consegue não só determinar a sua localização geográfica mas, muito possivelmente, a sua identidade também.
Vejamos agora um exemplo de como essa mesma visitinha ao site da Amazon funcionaria se você estivesse usando uma VPN:
- Em primeiro lugar, você se conecta a um servidor VPN em um país de sua escolha (sei lá, no Reino Unido).
- A VPN usa um protocolo de tunelamento para criar uma conexão criptografada com o servidor.
- Você vai até a página inicial da Amazon mas, desta vez, a consulta de DNS é resolvida pela VPN. Ou seja, o seu provedor de internet não vai saber o que você está fazendo.
- A VPN estabelece uma conexão entre o servidor dela e o servidor da Amazon.
- O tráfego corre entre o seu aparelho, o servidor da VPN e o servidor da Amazon.

É assim que uma VPN estabelece uma conexão segura entre usuários e a internet. É um serviço bem útil, ainda mais se você estiver usando uma rede Wi-Fi pública.
E tem mais: uma VPN top de linha também vem com uma política de zero logs, o que significa que nenhum dos seus dados poderá ser rastreado, gravado ou vazado.
Por que usar uma VPN?
Uma VPN faz muito mais do que só proteger a sua privacidade. Confira outras vantagens:
- Criptografia de dados: a VPN criptografa seus dados e redireciona tudo para um túnel criptografado. Assim, seus dados ficam seguros e completamente anônimos — ou seja, mais proteção contra ataques cibernéticos.
- Opção de ocultar atividades online: a VPN também ajuda a evitar que o seu provedor de internet fique vendo tudo o que você faz na internet.
- Acesso a conteúdos com restrição geográfica: com uma VPN, é possível contornar bloqueios geográficos para acessar (e assistir) conteúdos de serviços de streaming internacionais.
- Proteção em redes de Wi-Fi público: a principal função de uma VPN é a segurança e a proteção da privacidade, e isso pode ser bem útil para quem usar redes Wi-Fi públicas.
- Torrent com proteção: para evitar problemas e proteger o anonimato online, muita gente que faz torrent deixa sempre uma VPN ligada.
- Gaming: sabia que uma VPN pode melhorar a sua experiência em jogos online?
- Compras: uma VPN também proporciona mais flexibilidade nas compras online, pois ela ajuda a contornar aquela prática de muitas lojas que cobram preços diferentes dependendo da localização geográfica do cliente. Além disso, você pode acessar diferentes versões de lojas, alterando sua localização virtual com uma VPN (tipo as versões internacionais da Amazon, por exemplo).
Dúvidas comuns sobre uso de VPN
Confira abaixo um guia rápido e bem completo com todas as respostas para as dúvidas mais comuns sobre VPN.
É contra a lei usar VPN?
Não. Na verdade, as VPNs são legais em boa parte do mundo mundo — ainda que alguns países, como Rússia e China, restrinjam o uso desse serviço. Então, leve em conta o seu país ou localização na hora de usar uma VPN.
A VPN deixa a conexão mais lenta?
Em teoria, sim. Um app de VPN pode deixar sua conexão com a internet mais lenta, pois há uma etapa extra no processo — afinal, o tráfego da internet tem que passar por um servidor VPN antes de chegar ao outro lado. No entanto, com uma VPN top de linha você não vai perceber lentidão nenhuma.
É seguro usar VPN?
Na maioria dos casos, sim. Usar uma VPN boa de verdade garante a segurança online e traz muitos benefícios, tipo a possibilidade de acessar conteúdo com restrição geográfica. No entanto, vale destacar que as VPNs gratuitas podem não ser tão seguras e privadas quanto as opções premium do mercado, até porque muitas costumam vender dados de seus usuários para terceiros.
Vale a pena usar uma VPN?
Sim, até porque uma VPN de qualidade vai manter seus dados seguros e proteger a sua privacidade online. Uma VPN é a solução ideal para quem quer acessar conteúdo com restrições geográfica, contar com uma camada extra de privacidade, melhorar a experiência com torrents ou jogos ou até mesmo usar um Wi-Fi público sem estresse.
Pontos negativos de usar VPN
Sempre existe um porém, né? E vale destacar que usar uma VPN também apresenta lá seus riscos. Aqui estão algumas possíveis desvantagens de usar uma VPN:
- Alguns serviços de VPN usam protocolos desatualizados, que carregam vulnerabilidades conhecidas. É por isso que a maioria dos principais provedores eliminou gradualmente o protocolo PPTP (Point-to-Point Tunneling Protocol).
- Os hackers podem se passar por servidores VPN para interceptar seus dados.
- Seu endereço IP real pode vazar se o servidor VPN cair no meio da conexão. Para evitar que isso aconteça, as VPNs premium vêm com um kill switch — uma funcionalidade que desativa sua conexão com a internet quando a VPN cai.
- Se você está usando uma VPN grátis, seus dados provavelmente estão sendo vendidos para outras pessoas. É só pensar assim: manter vários servidores funcionando custa muito dinheiro, e as VPNs gratuitas não cobram assinatura. Isso significa que o dinheiro tem que vir de algum lugar, certo? Em muitos casos, essa grana vem com a venda de dados.
- Algumas VPNs registram dados do usuário, mesmo que o registro não seja extenso. Já houve vários casos em que provedores de VPN entregaram dados de usuários a governos ou organizações; por isso, é importante certificar-se de escolher apenas VPNs com zero logs.
- A VPN não protege contra malware. Para se proteger contra vírus, malware ou bots, só mesmo um bom software antivírus. Vale lembrar, no entanto, que alguns provedores de VPN premium, como a NordVPN e a Surfshark, oferecem recursos antivírus e ad blockers que são bem completos.
O que levar em conta na hora de escolher uma VPN?
Nem todos os serviços VPN são iguais: alguns têm mais recursos e medidas de segurança incríveis, mas outros já foram auditados por empresas independentes e por isso mesmo têm ótimas políticas de transparência.
Escolher uma VPN significa confiar seus dados provados a uma empresa, então não é uma decisão para ser tomada com pressa. A seguir, confira quatro elementos para levar em conta na hora de escolher uma VPN.
1. Reputação
Mesmo que você esteja apenas procurando uma VPN para desbloquear a Netflix, a reputação do serviço é um elemento essencial.
Privacidade é muito importante, por isso é importante passar longe de VPNs que já foram parar no jornal porque venderam dados de usuários ou porque mentiram sobre a qualidade de seus serviços.
2. Jurisdição
A localização física da sede de uma VPN é muito importante, pois alguns países exigem que as VPNs coletem dados de usuários — já outros têm leis bem severas sobre copywriting e distribuição de materiais.
Isso ficou muito claro com o caso de Edward Snowden e o nível de vigilância que acontece no mundo inteiro, então é importante ficar alerta. Lembre-se de que a aliança de vigilância conhecida coloquialmente como 14-Eyes compartilha dados sobre cidadãos comuns.
3. Opções anônimas de pagamento
Anonimato não serve de nada se você for pagar a VPN com cartão de crédito, pois tudo fica registrado nos materiais contábeis do seu banco.
Por isso, é sempre bom verificar se a VPN aceita pagamentos por meio de criptomoeda, cartões pré-pagos ou outras opções. Como regra geral, quanto menos informações pessoais você fornecer, maior será o nível de privacidade.
4. Especificações técnicas
Criptografia, protocolos de tunelamento confiáveis, proteção contra vazamentos, velocidade, kill switch, VPN dupla… é muita coisa, mas são coisas importantes para quem quer ter uma VPN segura.
Como há centenas de serviços de VPN disponíveis no mercado, escolher a opção certa pode parecer uma tarefa difícil. Para ajudar, compilamos abaixo cinco elementos para você ter em mente na hora de escolher a sua VPN:
- Protocolos de tunelamento: nem todos os protocolos de VPN foram criados da mesma forma (e alguns, como o PPTP, estão desatualizados). Portanto, ao escolher sua VPN, procure protocolos rápidos e seguros como OpenVPN, IKEv2 e WireGuard.
- Lista de servidores: o ideal é, sempre, escolher uma VPN com uma ampla cobertura de servidores. Quanto maior o número, melhor.
- Política de registro de logs: leia sempre a política de logs da VPN e prefira serviços que não armazenam nenhum registro pessoal. Se a política de logs for auditada por terceiros, melhor ainda.
- Recursos para streaming e torrenting: nem todos os serviços de VPN conseguem desbloquear plataformas cascudas de streaming, tipo a Netflix. E nem todas as VPNs têm suporte para torrenting. Então, antes de escolher uma VPN, confira o que outros usuários estão falando sobre o serviço.
- Aplicativos e dispositivos: é sempre uma boa verificar se a VPN oferece um aplicativo para o seu sistema operacional, seja ele Windows, macOS, iOS, Android ou Linux. Algumas VPNs também oferecem suporte a roteadores, smart TVs e consoles de jogos.
A gente pode adiantar que as duas VPNs mais top de linha, a NordVPN e a Surfshark, atendem a todos esses requisitos.
Como usar uma VPN
A etapa de configuração e uso de uma VPN vai depender do tipo de aplicativo VPN que você vai usar, pois em alguns casos esse processo vai ter que acontecer de forma manual.
No entanto, usar uma VPN é um processo bem simples — e a instalação também.
Configurar VPN em um aparelho
A configuração de uma VPN em computadores Windows ou Mac, bem como em dispositivos iPhone ou iPad ou Android, é moleza — até porque a maioria dos provedores de VPN tem aplicativos exclusivos para esses sistemas operacionais.
Veja a seguir como configurar uma VPN em um computador ou celular:
- Assine uma VPN. A NordVPN tem aplicativos para todos os principais sistemas operacionais e também para alguns outros dispositivos.
- Faça o download do aplicativo e siga as instruções de instalação.
- Abra o aplicativo e conecte-se a um servidor VPN.
Configurar VPN manualmente
A maioria dos dispositivos já vem com VPNs pré-instaladas, que podem ser personalizadas do jeito que você achar melhor. No entanto, essas VPNs às vezes não são compatíveis com determinados protocolos de tunelamento, tipo WireGuard ou OpenVPN (ou então têm uma rede muito limitada de servidores).
Também tem um outro problema: é bem provável que o processo de instalação de uma VPN top de linha nesses dispositivos tenha que acontecer de forma manual.
Configurar VPN no roteador
Ter uma VPN no roteador é a melhor solução para quem quer usar o serviço de VPN em dispositivos que não são compatíveis com o app. Também é uma ótima ideia para proteger a rede doméstica inteira.
O processo de configuração de uma VPN em um roteador é um pouco mais complicado do que o normal. Além disso, nem todos os roteadores são compatíveis com VPNs — então vale a pena fazer uma pesquisa antes de seguir em frente.
O que é um cliente de VPN?
O nome é meio estranho, mas é só um outro jeito de dizer “aplicativo” de VPN. Nesse caso, o cliente VPN é o software que foi instalado no seu dispositivo que se comunica com um servidor VPN, estabelecendo a conexão e criptografia dos dados.
Como funciona um app de VPN?
Um aplicativo (ou cliente) de VPN é o espaço onde você vai controlar sua experiência com a VPN. É nele que você vai escolher a qual servidor se conectar, qual protocolo de tunelamento usar ou quais recursos ativar. A maioria dos provedores de serviços de VPN conta com aplicativos para Windows, macOS, Android, iOS, Linux, Amazon Fire TV e outros dispositivos e sistemas operacionais.
Contudo, vale notar que também dá para usar uma VPN mesmo sem um aplicativo personalizado de VPN — até porque todos os principais sistemas operacionais já vêm com algum tipo de VPN pré-instalado (no Windows, por exemplo, tem como fazer uma conexão de VPN nas configurações de rede).
O que é um servidor de VPN?
O servidor VPN é nada mais nada menos do que o coração da VPN, pois é ele que você vai usar. Em termos técnicos, o servidor é uma junção entre o hardware de VPN (servidores físicos armazenados em locais físicos, por exemplo) e o software de VPN.
Os principais serviços de VPN têm centenas ou até mesmo milhares de servidores espalhados pelos quatro cantos do mundo. Quanto mais distante o servidor VPN estiver da sua cidade, pior será o desempenho — por isso mesmo, uma boa VPN conta com muitos servidores em vários locais diferentes.
Alguns provedores também usam servidores sem disco, do tipo RAM-only. Esses servidores não têm armazenamento externo, e os dados contidos neles são apagados a cada reinicialização do servidor. Por isso mesmo, conseguem garantir a total privacidade do usuário e cumprir com as políticas de zero logs das empresas de VPN.
Também é possível encontrar provedores de VPN com servidores ofuscados, que são ótimos para ocultar ou ofuscar o tráfego que passa por uma VPN. Esses servidores usam métodos avançados de criptografia e ofuscação e ajudam a evitar que os provedores de internet e outros curiosos fiquem de olho no que você está fazendo online.
O que o servidor de VPN faz?
Um servidor de VPN encaminha o tráfego da internet para o servidor de destino e retorna a resposta para você.
Quando você se conecta a um servidor da VPN, o seu endereço IP muda (assim como sua localização virtual). A partir daí, os sites que você acessar vão achar que na verdade você está naquele país onde fica o servidor da VPN.
É por isso que dá para usar uma VPN para acessar catálogos internacionais dos serviços de streaming e desbloquear jogos ou sites.

Se você não estiver usando um servidor de VPN, qualquer site que você visitar saberá seu endereço IP real e sua localização.
O que é criptografia de VPN?
A criptografia de VPN é o processo responsável por embaralhar e esconder os dados que trafegam entre um dispositivo e um servidor de VPN. Assim, nenhum agente externo consegue processar e ler aqueles dados. Os túneis de VPN que vão do seu dispositivo ao servidor do provedor de serviços de VPN também são protegidos por meio da criptografia.
A VPN criptografa todo o tráfego de internet de um usuário, inclusive o tráfego do navegador, torrents, aplicativos de mensagens e assim por diante. Assim, ninguém poderá ver ou interceptar suas atividades online devido à criptografia da VPN.
Embora a criptografia diminua um pouco a velocidade da conexão, ela não interfere em nada na hora de fazer a conexão. Na verdade, ela simplesmente impossibilita que alguém descubra o que você está fazendo.
Como a criptografia funciona?
A criptografia atua em todos os dados presentes no processo de transferência entre um dispositivo e um servidor VPN. Dessa forma, os dados são decifrados somente no ponto final, quando saem do túnel VPN e entram em no dispositivo.

As VPNs usam três tipos de criptografia — criptografia simétrica, criptografia assimétrica e hashing. A gente explica:
- Quando você se conecta a um servidor VPN, a conexão executa um “handshake” entre o cliente VPN e o servidor VPN. Durante essa etapa, o hashing é usado para verificar se o usuário está interagindo com um servidor VPN real, e a criptografia assimétrica é usada para trocar chaves criptografadas. Alguns exemplos bem conhecidos de protocolos assimétricos usados nesse estágio são o RSA e o Diffie-Hellman.
- Depois que o handshake é bem-sucedido, a criptografia simétrica é usada para criptografar todos os dados que passam entre o usuário e o servidor da VPN. A cifra de criptografia simétrica mais comum usada pelas VPNs é a AES (especificamente, a AES-256).
A maioria dos principais serviços de VPN utiliza a criptografia AES para selar os dados transmitidos — o que é ótimo, pois se trata do mesmo tipo de criptografia que as instituições financeiras e governamentais utilizam.
O que é AES-256?
AES-256 significa Advanced Encryption Standard (ou “padrão de criptografia avançada”) e faz uso de números inteiros de 256 bits para processar dados. É um algoritmo de criptografia simétrica de chaves, amplamente considerado o mais alto nível da criptografia moderna. É muito usado entre as VPNs para criar túneis seguros para a passagem de dados.

Existem padrões AES mais fracos, tipo AES-128. Essa chave criptográfica é mais curta e mais fácil de decifrar (só que, ainda assim, é praticamente impossível passar por ela). Como regra geral, quanto mais longa a chave de criptografia, maior o número de combinações possíveis, e portanto mais difícil o processo de descobrir o que está escondido. É aquela coisa: quanto mais longa a senha, mais difícil de adivinhar.
Vale lembrar, no entanto, que, uma chave de criptografia mais longa significa também conexões mais lentas, já que as etapas de criptografar e a descriptografar vão demorar mais.
Você vai encontrar pelo menos três variações de AES correndo soltas aí pelo mundo: AES-128, AES-192 e AES-256. Existem também modos diferentes de operação, como AES-256-GCM ou AES-256-CBC.
Nem todos os protocolos de tunelamento são compatíveis com esse tipo de criptografia, viu? Por exemplo, o PPTP usa a cifra MPPE (que é muito mais fraca); já o protocolo WireGuard usa o ChaCha20.
O que é tunelamento de VPN?
Um túnel VPN é um link criptografado responsável por conectar o seu computador ou dispositivo móvel a uma rede externa. Ele é usado sobretudo para ocultar sua atividade online.
Como funciona o tunelamento de VPN?
Para se conectar à internet por meio de um túnel VPN, você deve primeiro se cadastrar em um serviço de rede privada virtual. Sem isso, não será possível usar a VPN — e, sem ela, você não vai poder trocar o seu endereço IP e nem proteger sua atividade online.

O túnel é criado assim que você se conectar ao servidor escolhido, e a partir dali o seu endereço IP e todo o seu tráfego de internet ficarão escondidos e bem longe de olhares curiosos.
Algumas VPNs oferecem o recurso de tunelamento dividido. Com ele, é possível dividir o tráfego da internet entre a conexão VPN e a conexão normal com a internet.
Tipos de VPN
Há vários tipos diferentes de VPN. A gente compilou uma visão geral bem resumida com cada tipo de VPN para que você entenda melhor as letras miúdas de cada modalidade.
Os principais tipos de VPN são:
VPN de acesso remoto
Uma VPN de acesso remoto permite que você se conecte a uma rede privada, como a rede do escritório da sua empresa ou a rede da universidade. É muito usada por quem trabalha remoto, por exemplo.
VPN de uso pessoal
Um serviço de VPN de uso pessoal faz a conexão entre você, usuário, e um servidor de VPN. Na prática, ela funciona como uma intermediária entre o seu dispositivo e os serviços de internet que você deseja usar.
Uma VPN pessoal criptografa sua conexão de internet, protege sua identidade online e permite esconder a sua verdadeira localização geográfica.
VPN site a site
Uma rede virtual privada responsável por conectar duas ou mais redes — por exemplo, uma rede corporativa e uma rede de filial. As VPNs site a site são amplamente usadas por empresas com vários escritórios em diferentes áreas geográficas.
Protocolos de VPN
A principal função de um protocolo VPN é estabelecer um túnel seguro entre o seu dispositivo e o servidor da VPN.
O protocolo é algo importante porque é ele quem determina a forma como os dados da conexão serão enviados por meio do túnel, mas cada um tem suas particularidades: alguns protocolos são mais seguros, outros são mais rápidos, outros funcionam melhor em dispositivos móveis, outros são melhores para contornar firewalls e assim por diante.
- IKEv2 (Internet Key Exchange, versão 2): ele lida principalmente com confirmações de solicitação e resposta. O IKEv2 consegue restabelecer tudo logo após uma perda de conexão e, além disso, também é um dos protocolos de tunelamento mais rápidos e mais usados em dispositivos móveis — afinal, consegue alternar sem estresse entre conexão sem fio e celular.
- OpenVPN: é, de longe, o protocolo de tunelamento mais usado em aplicativos para computador. Ele é um protocolo de código aberto baseado no OpenSSL e vem em dois tipos: TCP e UDP.
- UDP: é bem rápido, pois não permite que o destinatário reenvie solicitações de dados. Isso significa menos verificação da integridade dos dados, o que permite trocas mais rápidas e, portanto, velocidades melhores.
- TCP: permite várias verificações de dados, de modo que o tempo de processamento pode ser mais lento, limitando a velocidade da internet. Use o UDP nas redes de confiança, mas prefira o TCP em redes de Wi-Fi público.
- L2TP/IPSec: o L2TP não fornece nenhuma criptografia sozinho, até porque sua função é a confirmação de solicitações e respostas. A criptografia entra em cena com o IPSec, que geralmente é usado em conjunto. Há muita discussão girando em torno da segurança desse protocolo, pois ele foi desenvolvido em conjunto com a NSA.
- WireGuard: o mais recente em termos de protocolos de tunelamento. Ele usa menos linhas de código, o que facilita a auditoria, e aproveita ao máximo o poder de processamento dos dispositivos. É ideal para aparelhos móveis e computadores mais lentos, e além disso ainda tem criptografia atualizada incorporada e conexões confiáveis.
- SSTP (Secure Socket Tunneling Protocol): criado pela Microsoft, esse protocolo não é exclusivo do Windows e fornece um alto nível de criptografia. Embora o SSTP seja muito capaz, há preocupações de que a Microsoft possa ter backdoors para acessar o tráfego do SSTP.
- PPTP: desenvolvido no final dos anos 1990, o PPTP foi o primeiro protocolo a ser amplamente utilizado. Ele usa uma criptografia que hoje está bem desatualizada, pois ficou vulnerável a ataques de força bruta com o passar dos anos. Hoje em dia, poucos provedores de serviços de VPN oferecem esse protocolo.
Protocolos de VPN criados por empresas de VPN
Alguns provedores de serviços de VPN desenvolveram seus próprios protocolos de tunelamento:
- Catapult Hydra: desenvolvido para o Hotspot Shield. A empresa alega que esse protocolo permite atingir velocidades de conexão muito melhores do que os protocolos de tunelamento padrão. E, de fato, o Hotspot Shield está sempre entre as VPNs mais rápidas do mercado.
- NordLynx: disponível apenas na NordVPN, o NordLynx é uma versão modificada do WireGuard.
- Lightway: disponível somente na ExpressVPN, esse protocolo usa uma implementação de código aberto do Transport Layer Security (TLS), o wolfSSL. O objetivo é ser um protocolo muito leve, prezando pela facilidade de manutenção e pelo alto desempenho.
Perguntas frequentes
Para que serve uma VPN?
A VPN pode ser usada para aumentar a privacidade online, ocultar atividades do usuário na internet, contornar restrições geográficas e acessar vários conteúdos bloqueados. Também é ótima para quem quer acessar Wi-Fi público sem correr riscos.
A VPN pode roubar meus dados?
Em teoria, sim. No entanto, muitas das principais VPNs operam com políticas de zero logs, o que significa que não coletam as informações dos usuários.
Quanto custa uma VPN?
Uma assinatura mensal de VPN custa em média US$ 5 a US$ 12; já a assinatura anual custa cerca de US$ 3 a US$ 8/mês. A maioria dos preços de VPN depende da duração de sua assinatura. Quanto mais longo for o período de assinatura, menor será o preço cobrado.
A VPN consegue ver minhas senhas?
Não. Isso só pode acontecer se um site usar HTTP; felizmente, a maioria dos sites usa HTTPS, que criptografa os dados e impossibilita o roubo de senhas.
Como a VPN aumenta minha segurança online?
A VPN oculta o seu endereço IP e faz uso de criptografia avançada para proteger a sua conexão. É por essas e outras que as VPNs são uma das melhores ferramentas de segurança cibernética.
Podem me rastrear com uma VPN?
É muito difícil rastrear uma pessoa que está usando uma VPN. No entanto, há sim maneiras de rastrear a atividade online de alguém mesmo quando a VPN está ativa: cookies, vazamentos de DNS, malware e doxxing, por exemplo, conseguem furar até os bloqueios mais fortes. Portanto, embora uma VPN seja uma excelente ferramenta de privacidade, ela não elimina completamente os riscos de rastreamento.
A VPN pode ser heackeada?
Em teoria, sim. Embora a VPN seja uma das melhores formas de garantir a segurança online, a criptografia do serviço pode ser quebrada se existirem muitas vulnerabilidades técnicas. Para evitar que sua VPN seja hackeada, recomendamos usar somente provedores de VPN altamente qualificados.
Posso deixar a VPN ligada direto?
Sim. Para proteger sua identidade online contra ameaças cibernéticas e vazamentos de dados, você deve manter sua conexão VPN sempre ativada.
Como ver se a VPN está funcionando?
É só verificar se o seu endereço IP está oculto. Para fazer isso, acesse um verificador de endereços IP online.
Proxy ou VPN: qual é mais segura?
As VPNs costumam ser mais seguras. Embora ambas as tecnologias consigam mascarar seu endereço IP, as VPNs oferecem um nível mais alto de criptografia e uma proteção de dados mais forte.